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segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Cavalheiro


Ele tinha certa desconfiança da vida. Seus sentidos lhe revelaram
parte da verdade do mundo, mas esperavam seu amadurecimento para lhe
revelar tudo, ou quase tudo.
Mas estava extremamente confuso nos últimos dias.
Sua lucidez tão constante parecia estar afastada.
A princesa a qual pensava ser apaixonado e que seus sentidos já diziam
não servir nem para um amor de verão dele, fez algo que lhe parecia
sem perdão.
Ela companheira, confidente e amiga dele desde dos primeiros anos do
final da infância, ela quebrou a confiança que ele tinha. Talvez para
não magoar o amigo ela escondeu um caso. Sabendo que o amigo era
apaixonado por ela achou melhor não contar.
Na verdade não se sabe no que pensou a princesa em sua viagem para
campos distantes. Mas nosso herói se magoou. Não por ela estar
enamorada de outro, mas por ela não ter contado a verdade para ele.
O cavalheiro se sentiu só. De novo, como quando a dama de copas lhe iludiu.
Sentia como se em seu coração um corte fôra aberto à faca.

A vida de amores de nosso cavalheiro não era extensa, mas intensa por
parte dele. E omissa de parte delas. A dama das pedras, a dama de
copas e a princesa da ilha foram três paixões do guerreiro.
E agora ao que indicava ele ficaria só. De novo.

Mas o coração de um cavalheiro não permanece vazio. E nosso herói não
foi diferente. Mas é preciso explicar algumas coisas para que não
pareça estranho.

O cavalheiro sempre foi um homem solitário desde pequeno. Sempre
conversava mais com as damas o que causava inveja dos soldados.
Mas do que um gentleman, nosso guerreiro sempre foi um conselheiro. E
com isso conquistou amizades e inimigos.
Eis que nosso amigo começou a se comunicar por cartas, enviadas por
pombos. E criou novas amizades dessa maneira. Novos inimigos também.
Nosso herói também se encantou pela amizade. Sempre teve fascínio pela
pureza e simplicidade da princesa da seda. Ela vivia numa parte
distante do reino onde ficava a Fortaleza onde reside até hoje nosso
herói. Mas muito próximo se comparado com as outras pessoas que ele
conversava. Os pombos que ele enviava porém sempre demoraram a voltar.
Ele já estava acostumado e até ria com a demora.
Foram mais de 52 luas de espera, quando, no dia da seda, ela foi
visitar a região guardada pelo nosso herói.
Decidiram então se encontrar. Então... Ao ver a princesa o cavalheiro
ficou sem palavras. Ele já tinha visto pinturas delas de todas as
cores e tamanhos. Nenhuma pareceu mostrar a real beleza da princesa.
Seus sentidos estavam longe não iam poder ajudar a fazer nada.
E quando ela falou pareceu que anjos desceram do céu para tocar a
música que vinha daquela voz.
O cavalheiro se encantou, se apaixonou pela princesa de seda. E uma
lua já se passou e ele agora sofre sem saber o que fazer. Ouvir seus
sentidos é a única saída. Ou uma terrível batalha.

--
Diego Bachini Lima

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